Mimulus Escola e Cia de Dança

Dolores

“Se Almodóvar explora o absurdo é porque ali reside a alma do espetáculo popular. Em Dolores há algo de improvável, de inusitado, de trágico, de cômico e de lúdico”. Ed Andrade

Release

Um espetáculo de dança atrevido, no qual a Mimulus Cia de Dança visita Dolores (das dores, das pequenas e ridículas dores) embalada no mundo e na trilha sonora dos filmes de Almodóvar, no bom humor e na caixa de surpresas que os bailarinos sempre colocam à disposição do seu público.

Inspirando-se na obra cinematográfica do espanhol Pedro Almodóvar, a Mimulus se reinventa. Não há pretensão de levar para o palco repetição do trabalho do cineasta, mas explorar as relações entre pessoas sob a atmosfera “almodovariana”; onde predominam paixões, desejos, o ambiente kitsch, e os absurdos – que na verdade, nada mais são do que o excesso de realidade.

A obra de Almodóvar torna-se referência mundial tanto pelo formato estético quanto pelo formato narrativo. Embora apresente diversas das características do cinema pós-moderno (como apontam os críticos e historiadores), Pedro Almodóvar desenha um universo absolutamente próprio, construído a partir de elementos tão simples quanto elaborados: vale-se de alguns princípios narrativos do cinema clássico, lança mão de uma estética pop e abusa dos enredos dramáticos, onde o sexo e a morte revelam uma essência aparentemente deformada do ser humano; essência esta que é, na verdade, o ponto de identificação de todos nós.

Almodóvar é kitsch, absurdo, amoral, surpreendente e subversivo. A base de sua comunicação está sempre na linguagem popular. Se Almodóvar explora o absurdo é porque ali reside a alma do espetáculo popular.  Ele utiliza o kitsch porque o kitsch é permanente como o pecado e está ligado à cultura de massa de maneira indissociável. Sua estética inconfundível e essencial está nas cores carregadas, nas estampas, nos objetos kitsch, e na exaltação das mulheres, sempre exaltadas em seus filmes, não como super heroínas, mas como super mulheres que realmente são.

A Mimulus Cia de Dança, após estudar sua obra, entrevistas, ver e rever os filmes, inspira-se nesse mundo, que nada mais é que uma versão da realidade; toma como empréstimo suas músicas e cores, seu humor ácido, sua plasticidade peculiar, seus personagens “demasiadamente humanos” e, claro, assumidamente imperfeitos e distanciado dos padrões.

“Dolores” é um espetáculo que exige dos bailarinos, desde o começo de sua criação, um envolvimento intenso. Não é um espetáculo unicamente de dança, mas há personagens que dançam. Daí sua demanda tão intensa. Há que se recriar no espetáculo, e realmente viver aquilo que seus personagens propõem. Personagens estes, não retirados dos filmes de Almodóvar, mas neles inspirados, saídos de dentro de cada um dos intérpretes da dança a ser apresentada.

Segundo Almodóvar, a dor é universal… todos os povos, independente de cultura ou idioma, entendem e sabem o que é dor, seja ela física ou emocional. Dolores é também um espetáculo dolorido. Porque sentir a dor é perceber-se vivo. É saber-se humano, pois criar dói. Implica em doar-se, em expor-se, implica em, acima de tudo, amar. É um espetáculo feito com paixão, densidade e intensidade, e pretende arrebatar o público com uma multiplicidade de emoções.

Dolores é compreensível para qualquer pessoa, independente de se conhecer ou não Almodóvar, que foi o instrumento para se chegar aonde chegamos… à mistura do drama com a comédia, à ambigüidade dos desejos e sentimentos e ao limite (tênue) entre o bom gosto e o cafona, entre o belo e o kitsch. Como Almodóvar se refere aos seus filmes, Dolores é um espetáculo “para os genitais e para o coração”. Jomar Mesquita

Se Almodóvar explora o absurdo é porque ali reside a alma do espetáculo popular. Em Dolores há algo de improvável, de inusitado, de trágico, de cômico e de lúdico. Ed Andrade

Tudo bem, mas a mãe no elenco… isto está me cheirando a nepotismo. Baby Mesquita

Críticas

“…il coreografo brasiliano Jomar Mesquita, talento globale, che dalla commistione del ballo da sala con i linguaggi della danza ha tratto un linguaggio personale e godibilissimo.”

“Mimulus Cia. de Dança che ha rapito il publico in un caleidoscopio di stili e divagazioni attorno al nucleo ispiratore, l’intensa, improbabile quanto pulsante umanità ritratta nelle pellicole di Pedro Almodóvar.”

“Ferratissimi sul piano tecnico, i danzatori della Mimulus sono interpreti credibili anche dal punto di vista dello sviche dal punto di vista dello sviluppo teatrale dello spettacolo.”

“Con i suoi ballerini, Mesquita propone un vocabolario di figure e di soluzioni gestuali che danno ossigeno alle forme del ballo di coppia e insieme conferiscono nuova freschezza alle movenze della danza moderna.”

“Della preparazione dei ballerini emerge una formazione non solo tradizionalmente coreutica, ma teatrale, in senso ampio, spaziando dalla pantomima al teatro danza fino all’acrobazia in uno stile senza confini apparentemente senza difficoltà, in realtà esito di una studiata ricerca di equilibrio tra diversissime modalità espressive.”

Tradução: “…o coreógrafo brasileiro Jomar Mesquita, talento global que, da mistura da dança de salão com outras linguagens da dança, fez uma linguagem própria e agradabilíssima”

“Mimulus Cia. de Dança raptou o público num caleidoscópio de estilos e de variações em torno do núcleo inspirador, a intensa, improvável e pulsante humanidade retratada nos filmes de Pedro Almodóvar”

“Afiadíssimos sobre o plano técnico, os bailarinos da Mimulus são intérpretes credíveis, ainda do ponto de vista do desenvolvimento teatral do espetáculo.”

“Com seus bailarinos Mesquita propõe um vocabulário de figuras e de soluções gestuais que dão oxigênio as formas da dança de casal e ao mesmo tempo confere novo frescor aos movimentos da dança contemporânea.”

“Da preparação dos bailarinos emerge uma formação não só tradicionalmente de dança, mas teatral em amplo sentido, indo da pantomima à dança-teatro, até acrobacias num estilo sem fim, aparentemente sem dificuldades, na realidade resultado de uma estudada procura de equilíbrio entre diversas modalidades expressivas.”

Il Giornale Di Vicenza, Itália – Clelia Stefani


“Un prénom de douleur pour un spectacle qui fait du bien partout, qui chaloupe, que enivre les mirettes et le palpitant…”

“Oubliez les danses de salon parfois trop guindées et gominées. Ici c’est sexy sans chichi, délirant sans être gnangnan, défoulatoire sans la tendance ostentatoire des grands tangos”

“Des danses de salon, dit-on, mais quel salon peut offrir assez d’espace aux évolutions virevoltantes de ces artistes?”

“L’execution pointue des duos laisse supposer des heures de répétitions minutieuses, une intime complicité des partenaires et une parfaite maîtrise de la musique et de la danse”

“Jeunesse, vitalité, humour, génie, le tout servi par un décor et des lumières d’une rare originalité, tels furent les magnifiques plaisir offerts au public”

Le Progrés, Lyon, France


“Et l’on ne s’ennuie pas une seconde. Mieux, on se laisse séduire et envelopper par le courant d’energie, d’erotisme, de forte sensualité et d’espièglerie des interprètes.”

Tribune de Lyon, France – Léo Bataille


“Lors de son dernier passage, il (la compagnie Mimulus) faisait chaud, très chaud sur scène et dans la salle. Depuis, rien n’a changé!”

“… un langage chorégraphique novateur, maniant haute technicité, délicatesse et extrême sensualité.”

“Ce qui frappe encore et toujours chez Mesquita, c’est l’extraordinaire modernité de la forme de ses spectacles, cette façon qu’il a de nous faire croire qu’on est dans la vraie vie.”

“Duos langoureux, femmes virevoltant comme dans un rêve, corps féminins suspendus aux bassins des hommes, accros furtifs et rapides des pieds et des jambes, lâchers soudains de têtes qui s’abandonnent, corps qui ondulent ou torses qui tracent l’espace autour de ce pilier qu’est l’amour.”

“Le chorégraphe et ses superbes danseurs n’oublient pas pour autant l’humour, la légèreté sur des musiques de jazz, dansant par moment en baskets avec la même finesse et dextérité que sur les talons.”

“Mimulus on aime, on en raffole, c’est de la belle danse, intelligente et qui fait vibrer. Que demander de plus?”

Lyon Capitale, France – Martine Pullara


“Se nada parece novo no mundo atual, não é porque tudo é clichê ou lugar-comum na contemporaneidade, mas porque a maioria dos artistas usa os signos disponíveis de maneira previsível. Como a Mimulus não pretende se render a isso, os rumos de cada cena de Dolores são agradavelmente imprevisíveis.”

“Dolores” é um espetáculo que transcende a própria dança e, neste sentido, supera os trabalhos anteriores da companhia. Sua complexidade, desde a estrutura até o jogo de movimento no cenário e entre este e a luz, resulta em algo particularmente espetacular.”

“Dolores …o resultado é pura intensidade, como no duo central da obra.”

Marcello Castilho Avellar – Estado de Minas Newspaper


“Dolores …le spectacle de danse le plus cool et le plus sexy auquel les Montréalais peuvent assister cette année.”

“The choreographic inventiveness is breathtaking, as wildly innovative.”

“… to see Mimulus at any age is a treat, but to see it when one is young is very heaven.”

Montreal Gazette, Canadá – Victor Swoboda

Premiações

Com estreia no ano de 2007, foi indicado para o New York Dance and Performance Award de 2014. The 30th Annual Bessie Awards – New York – EUA, como Outstanding Production.

Ficha Técnica

Direção:
Jomar Mesquita

Coreografia:
Jomar Mesquita e Bailarinos
da Mimulus Cia de Dança

Bailarinos:
Juliana Macedo
Jomar Mesquita
Andrea Pinheiro
Rodrigo de Castro
Fabiana Dias
Bruno Ferreira
Nayane Diniz
Murilo Borges

Assessores:
Mario Nascimento
Tíndaro Silvano

Participação especial:
A mãe

Identidade Visual:
Cognitiva Publicidade

Cenário:
Ed Andrade

Cenotécnico:
Joaquim Pereira

Iluminação:
Rodrigo Marçal

Assessoria:
Ed Andrade

Fotografia:
Guto Muniz

Figurino:
Coordenação: Baby Mesquita
Apropriação: integrantes da Cia
Assistente: Nana Ferreira
Costureira: Gê Marques
Alfaiate: Floriano Lima Neto
Sapatos, cobertura: Cléria Boy Bastos

Produção Executiva:
Fábio Ramos
Amora Produções Artísticas

Consultor Internacional:
Guy Darmet

Direção Geral:
Baby Mesquita

Apoio Eterno:
João Baptista Mesquita

Realização:
Associação Cultural Mimulus

Trilha Sonora:
Cucurrucucu Paloma – Thomás Mendez
Encadenados – Carlos Arturo Eritz y Lucho Gatica
Gorrión – Dino Saluzi
Soy Infeliz – Ventura Rodrigues
Moquito a Moco – Pedro Almodovar y Fabio MacNamara
En El Último Trago – José Alfredo Jimenez Sandoval
Espérame en el Cielo, Corazón – Francisco López
I Woke Up – Nicolette
La Cumparsita – Mateos Rodrigues
Concierto para Bongo – Dámaso Pérez Prado
Ne Me Quite Pas – Jacques Brel
Sufre como yo – J.M.Follonosa/A. Pla Alvarez
Once I Loved – Vinícius de Moraes/ Antonio Carlos Jobim/ Gilbert R.
Whirl – Y – Reel 2 – Simon Emmerson / Davey Spillane
Piensa en Mi – Agustín Lara
Raquel – Alberto Iglesias
Volver – Carlos Gardel y Alfredo Le Pera